ORIXA_OGUM

Orixá Ogum

Ogum é uma antiga divindade yorubá, senhor da guerra e do ferro; privilegiado com o dom de dominar os metais. Foi um dos primeiros Orixás a descer para a terra e encontrar habitação adequada para os humanos no futuro. Trabalhava dia e noite em sua forja para servir todos os humanos. Suas mãos hábeis transformaram tudo que foi colocado diante dele. Sua capacidade de criar surpreendeu os outros Orixás. Ogum também é ligado à agricultura, mas no Brasil é mais conhecido com deus dos guerreiros.

Ogum é a figura que se repete em quase todas as formas conhecidas de mitologia universal; é um dos mais cultuados especialmente por ser associado à luta, à conquista; assim como Bará é a figura mais próxima dos seres humanos que o invocam para vencer a constante luta cotidiana na terra.

Ogum, além de ser deus da metalurgia e da tecnologia, é o patrono da força produtiva que retrabalha a natureza, que transforma através do calor e das repetidas batidas um mineral bruto (ferro) no aço laminado e suas manifestações práticas (lança, escudo etc.), aplicadas por extensão, a qualquer transformação que o homem provoca na natureza para deixá-la, produtivamente, à sua disposição.

Ogum é considerado protetor de todos os guerreiros, e sua relação com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, o santo guerreiro católico, associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo yorubá.

Enquanto Xangô julga o certo e o errado depois do fato consumado, Ogum é empreendedor e decidido, é o que faz justiça com as próprias mãos, jamais deixando para outro o que julga ser um problema seu. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo. Quando apaixonado, sua sexualidade é devastadora, que não se contenta em esperar e nem aceita rejeição.

Fora da guerra, é um Orixá da alegria, da diversão, da delícia de viver, especialmente do contato com os amigos e camaradas etc.

No Rio Grande do Sul cultuamos várias qualidades de Ogum, entre eles estão o Ogum Avagãn, que tem seu assentamento junto com o Bará Lodê, e seus otás ficam do lado de fora do templo em uma casa individual;

Ogum Onira ou onirê, que seria o rei da cidade de Irê; e Ogum Adiolà, que faz companhia aos Orixás de água, Oxum, Yemanjá e Oxalá.

Todos Babalorixás e Yalorixás têm que ter o assentamento de Ogum em seu terreiro, pois sem ele não poderiam fazer uso do axé de obé (faca) em seus rituais. Suas cores são o vermelho e verde, porém, alguns sacerdotes da antiguidade usavam também o azul marinho em seus fios de contas. O dia de Ogum é quinta- feira, e o sincretismo é com São Jorge.

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