Ogum é a figura que se repete em quase todas as formas conhecidas de mitologia universal; é um dos mais cultuados especialmente por ser associado à luta, à conquista; assim como Bará é a figura mais próxima dos seres humanos que o invocam para vencer a constante luta cotidiana na terra.
Ogum, além de ser deus da metalurgia e da tecnologia, é o patrono da força produtiva que retrabalha a natureza, que transforma através do calor e das repetidas batidas um mineral bruto (ferro) no aço laminado e suas manifestações práticas (lança, escudo etc.), aplicadas por extensão, a qualquer transformação que o homem provoca na natureza para deixá-la, produtivamente, à sua disposição.
Ogum é considerado protetor de todos os guerreiros, e sua relação com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, o santo guerreiro católico, associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo yorubá.
Enquanto Xangô julga o certo e o errado depois do fato consumado, Ogum é empreendedor e decidido, é o que faz justiça com as próprias mãos, jamais deixando para outro o que julga ser um problema seu. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo. Quando apaixonado, sua sexualidade é devastadora, que não se contenta em esperar e nem aceita rejeição.
Fora da guerra, é um Orixá da alegria, da diversão, da delícia de viver, especialmente do contato com os amigos e camaradas etc.
No Rio Grande do Sul cultuamos várias qualidades de Ogum, entre eles estão o Ogum Avagãn, que tem seu assentamento junto com o Bará Lodê, e seus otás ficam do lado de fora do templo em uma casa individual;
Ogum Onira ou onirê, que seria o rei da cidade de Irê; e Ogum Adiolà, que faz companhia aos Orixás de água, Oxum, Yemanjá e Oxalá.
Todos Babalorixás e Yalorixás têm que ter o assentamento de Ogum em seu terreiro, pois sem ele não poderiam fazer uso do axé de obé (faca) em seus rituais. Suas cores são o vermelho e verde, porém, alguns sacerdotes da antiguidade usavam também o azul marinho em seus fios de contas. O dia de Ogum é quinta- feira, e o sincretismo é com São Jorge.